Sétima Reunião Científica da ANAMT no Ano Ramazzini aborda o setor bancário

Data: 13 de novembro

Na 7ª; Reunião Científica da ANAMT no Ano Ramazzini, realizada no dia 3 de novembro, “O Desafio do Retorno ao Trabalho Pós-Afastamento Previdenciário: Compartilhando Práticas Bem Sucedidas”, foi o tema abordado por Dr. Gustavo Locatelli, Médico do Trabalho Coordenador do Banco Santander e Dr. André Fusco, Médico do Trabalho Gerente de Saúde Ocupacional do Banco Itaú, que apresentaram o programa de readaptação dos funcionários dessas instituições.

Segundo Dr. André, as maiores causas de afastamento no setor são doenças osteomusculares e transtornos mentais, como ansiedade, estresse e depressão. Ele observa que, ainda que a automação das tarefas nos últimos anos tenha diminuído a demanda musculoesquelética, o número de afastamentos causados por LER/Dort aumentou. Por isso, há muitas teorias sobre o fenômeno.

Uma das maiores dificuldades apontadas é o despreparo dos médicos que realizam a avaliação. “Muitas vezes são serviços terceirizados feitos por profissionais sem a formação em Medicina do Trabalho”, explica. O médico acrescenta que esse contexto pode gerar prorrogações de licenças, já que o INSS dá alta, mas o exame feito por esses profissionais detecta inaptidão para o retorno, muitas vezes justamente devido a essa inaptidão. Outro aspecto apontado é a falta de cultura dos gestores, que também devem lidar com o adoecimento como parte da gestão de pessoas.

Dr. Gustavo Locatelli ressalta que, além desse aspecto, a recepção dos trabalhadores no retorno ao trabalho deve passar por um atendimento abrangente e recepção adequada dos colegas nas empresas. “O acompanhamento multiprofissional é imprescindível para a plena readaptação na empresa e na sociedade. Além disso, muitos profissionais não conhecem as oportunidades existentes no retorno das pessoas”.

Segundo Dr. André, para minimizar o impacto, o ideal seria adaptar o ambiente de trabalho antes do afastamento:

“Isso causaria uma interferência menor na carreira e na relação com o ambiente e clima de trabalho. Porém, formas de detecção precoce do adoecimento são fundamentais, como avaliação médica de pessoas que trazem atestados, exames periódicos feitos com qualidade, gestores atento à situação”.

Ele ressalta que a troca de experiências entre os médicos auxilia na abordagem do tema em cada empresa: “Não vejo outra forma de evoluir a Medicina do Trabalho senão com a troca de conceitos e experiências. A predisposição das duas equipes em fazer isso permitiu a evolução dos programas adotados”.

“O debate amplia o conhecimento técnico e promove a difusão das melhores iniciativas. Nas reuniões científicas, podemos refletir sobre o verdadeiro papel da Medicina do Trabalho e do Médico do Trabalho como agente de transformação social em busca de melhores condições laborais para todos”, observa Dr. Gustavo.

Por |2014-11-13T08:15:43-02:0013 de novembro de 2014|Notícias|Comentários desativados em Sétima Reunião Científica da ANAMT no Ano Ramazzini aborda o setor bancário