CONTEXTO: A dor musculoesquelética é um dos problemas ocupacionais mais comuns nas sociedades industrializadas, e sua prevalência é potencialmente associada à presença de transtornos mentais.
OBJETIVO: Estimar a prevalência de dor musculoesquelética relacionada ao trabalho e sua associação com a presença de transtornos mentais comuns em trabalhadores de um frigorífico do Sul do Brasil.
MÉTODOS: Realizou-se um estudo transversal com o total de 1.103 trabalhadores, de 18 a 52 anos de idade, em 2010. A dor musculoesquelética foi avaliada por meio de uma figura humana adaptada do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. Considerou-se o relato da presença de dor relacionada ao trabalho em qualquer região do corpo nos últimos 12 meses. A presença de transtornos mentais comuns foi determinada pelo Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Razões de prevalências (RP) brutas e ajustadas, com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), foram obtidas mediante a regressão de Poisson.
RESULTADOS: A prevalência de dor musculoesquelética relacionada ao trabalho foi de 40,3% (IC95% 37,4–43,2) na amostra geral, 46,8% (IC95% 43,2–50,5) nas mulheres e 27,8% (IC95% 23,2–32,3) nos homens. Na análise bruta, trabalhadores com presença de transtornos mentais comuns apresentaram prevalência duas vezes maior de dor musculoesquelética relacionada ao trabalho quando comparados com aqueles sem transtornos (RP=2,27; IC95% 1,99–2,58). Esse efeito manteve-se significativo após o ajuste para variáveis sociodemográficas, comportamentais, de saúde e ocupacionais.
CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo alertam para a importância de medidas visando à promoção da saúde física e mental dos trabalhadores em ações para reduzir a dor.
Palavras-chave: saúde mental; dor musculoesquelética; saúde do trabalhador.
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