Essencial para o bem-estar da população, a saúde também é elemento fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País. O aumento da competitividade empresarial, por exemplo, depende se o funcionário está saudável ou não. A avaliação é do médico e diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Gualter Maia.
De acordo com o especialista, as empresas só conseguem manter a atividade principal e gerar lucro, basicamente pela atividade dos seus funcionários. “Se houver um tipo de ação das empresas no sentido de que, a saúde desses colaboradores possa melhorar a cada dia, haverá um custo menor para a companhia, aumentando a produção e a renda dela”, disse.
“A maioria das empresas tem plano de saúde e isso é pago pela empresa. Assim, quanto mais investir em promoção à saúde desse trabalhador, melhor vai ser o desempenho da empresa. Se as empresas vão bem, maior vai ser o número de empregados, sem contar que o adoecimento dessa população de trabalhadores é reduzido”, completa Maia.
No Brasil, a assistência à saúde pode ser compreendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de caráter público e universal, e o Sistema de Saúde Suplementar, que são os planos ou seguros de saúde privados.
De maneira geral, as despesas com saúde no país têm aumentado de forma significativa ao longo dos últimos anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, só em 2015, os gastos com consumo final de bens e serviços de saúde chegaram a R$ 546 bilhões, valor que corresponde a 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Diante desse quadro, o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos e responsável pelo Núcleo da Saúde, Luiz Edmundo Rosa, afirma que o custo da saúde não é um problema só do Brasil, mas sim mundial.
Segundo ele, no Brasil, existem alguns fatores que contribuem para a elevação desses gastos. “Nós temos a tecnologia, nós temos mudanças nos procedimentos médicos ou novos remédios que custam muito caro. Então é uma sucessão de fatos”, comentou.
“Mas existe, ao mesmo tempo, um desperdício muito grande, porque pessoas fazem mais exames do que precisam e muitas vezes, não é culpa delas, é orientação médica”, acrescenta o diretor.
Ainda de acordo com as informações do balanço feito pelo IBGE, a atividade de maior peso ao longo da série foi, de fato, a saúde privada. A participação da área passou de 2,1% do valor adicionado, em 2010, para 2,8%, ou seja, R$ 144,4 bilhões, em 2015.
Outros números relacionados a essa questão constam em relatório temático voltado para a área da saúde, apresentado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pela relevância do tema e pela preocupação com a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar, o assunto faz parte de um grupo de propostas encaminhadas aos candidatos à Presidência da República.
Segundo o balanço, há indicativos de que, entre 2016 e 2018, os custos com saúde no Brasil cresceram, em média, 10,9% ao ano, acima da inflação.
O gerente Executivo de Saúde e Segurança da Indústria, do Serviço Social da Indústria (SESI), Emmanuel Lacerda, também destaca que o fenômeno do aumento dos custos de saúde é universal. Para o especialista, é necessário que exista uma política de gestão para melhorar a eficiência desse tipo de benefício.
Em relação às empresas contratantes de seguros de saúde coletivos, Emmanuel Lacerda ressalta que, a solução também está relacionada com a boa gestão. Além disso, ele afirma que é necessário trabalhar os aspectos da saúde do trabalhador, ou seja, “os riscos reais que envolvem as questões da prevenção para adoecimentos e também para uso mais racional dos planos.”
O levantamento feito pelo IBGE mostra ainda que, as despesas do governo com saúde representavam, em 2015, 43% do total. Os outros 57% pertenciam às famílias e às instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias (ISFLs).
(Fonte: Novo Notícias)