O Brasil tem o quinto trânsito mais violento do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O que nem todo mundo sabe, é que os acidentes de trânsito também apresentam consequências para a economia do país. Os acidentes graves causaram, no primeiro semestre de 2018, um impacto econômico de cerca de R$ 96,5 bilhões para o país.
O número, resultado de um levantamento realizado pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro, da Escola Nacional de Seguros, considera a perda da capacidade produtiva decorrente das 19 mil e 300 mortes e dos 20 mil casos de invalidez permanente causados por acidentes de trânsito. O valor corresponde ao que seria gerado pelo trabalho das vítimas caso não tivessem se envolvido em acidentes graves.
Os acidentes graves de trânsito retiraram, nos seis primeiros meses deste ano, quase 40 mil pessoas do mercado de trabalho e reduziram a capacidade produtiva do país. Por dia, aproximadamente 217 pessoas deixaram seus empregos.
Uma das responsáveis pelo estudo da Escola Nacional de Seguros, a economista Natália Oliveira ressalta que 92% das vítimas de acidentes de trânsito estão em fase economicamente ativa, de 18 a 65 anos, e 75% são homens.
A OMS calcula que o prejuízo é ainda maior. “A OMS tem um estudo preliminar ao nosso que diz que um país perde em média 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) com acidentes de trânsito. E aí, sim, com saúde, engarrafamentos, socorristas, polícia…”, afirmou a economista. Ainda de acordo com Natália Oliveira, o Brasil perde mais que 3% com os acidentes graves.
Mais de 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito. Nos centros cirúrgicos do país, 50% da ocupação também é figurada por vítimas de acidentes rodoviários. Segundo o ONSV, os acidentes no trânsito resultam em custos anuais de R$ 52 bilhões para o país.
(Fonte: Agência Câmara)