O cortisol, hormônio ligado ao estresse, pode ter seus níveis relacionados ao tamanho do cérebro e à diminuição das funções cognitivas. Isso significa que pessoas mais estressadas tendem a apresentar redução no volume do cérebro e perda de memória. É o que mostra um estudo publicado esta semana pela Academia Americana de Neurologia.
A equipe coletou dados cognitivos de 2.231 participantes entre 40 e 50 anos, que tiveram seus níveis de cortisol medidos pela manhã antes de comer. No geral, as pessoas com níveis mais elevados de cortisol foram associadas a uma pior estrutura e cognição do cérebro.
“O cortisol afeta muitas funções diferentes, por isso é importante investigar completamente como os altos níveis do hormônio podem afetar o cérebro”, disse em um comunicado Justin B. Echouffo-Tcheugui, professor da Escola de Medicina de Harvard e coautor do estudo. “Enquanto outros estudos examinaram o cortisol e a memória, acreditamos que o nosso é o primeiro a explorar, em pessoas de meia-idade, níveis de cortisol e volume cerebral em jejum, bem como habilidades de memória e pensamento”, afirma.
Vida moderna como “fator de risco”
A vida nas grandes cidades torna a ideia de uma rotina sem nenhum tipo de estresse praticamente impossível. O que os pesquisadores querem agora é mapear as causas e consequências das alterações provocadas pela rotina agitada. “Em nossa busca para entender o envelhecimento cognitivo, um dos fatores que atraem interesse e preocupação significativos é o crescente estresse da vida moderna”, acrescenta Sudha Seshadri, professora no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas e co-autora da pesquisa.
A equipe também investigou se os níveis mais altos de cortisol estavam ligados ao APOE4, fator de risco genético que tem sido associado a doenças cardiovasculares e ao mal de Alzheimer, mas não encontraram uma relação direta entre ambos.
Apesar da associação entre aumento dos níveis de cortisol e a perda de memória e diminuição do cérebro, não se pode afirmar que se trata de uma relação de causa. No entanto, a equipe observa que é importante acompanhar o nível de cortisol no organismo e buscar maneiras de estresse, como dormir o suficiente e fazer exercícios moderados.
(Fonte: R7)