Três barragens da Vale em Minas Gerais, a B3/B4, em Macacos, e as Forquilhas 1 e 3, em Ouro Preto, entraram em alerta máximo para o risco de rompimento na noite desta quarta-feira (27). Elas foram alteradas de nível 2 para o nível 3 de segurança.
A barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, da Vale, em Macacos, distrito de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, entrou em alerta máximo para o risco de rompimento na noite desta quarta-feira (27). As sirenes na região foram acionadas. Esta é segunda vez que as sirenes são disparadas em pouco mais de um mês, e moradores da área de autossalvamento já haviam sido retirados de suas casas no dia 16 de fevereiro.
O nível de segurança da barragem que estava em 2 foi alterado para 3. A orientação para a mudança do nível de alerta partiu da Agência Nacional de Mineração (ANM). De acordo com a agência, o nível 3 significa “rompimento ou risco eminente de romper”. O fator de segurança não drenado não teria sido atingido, conforme a agência.
Não houve rompimento e não haverá novas retiradas de moradores. Segundo a Defesa Civil, cerca de cinco mil moradores de regiões secundárias devem ser treinados nos próximos dias. São cerca de 2.900 moradores do distrito de Honório Bicalho, em Nova Lima, onde a lama chegaria em cerca de uma hora; e 2.300 da cidade de Raposos, também na Região Metropolitana, onde demoraria 1 hora e 45 minutos em caso de rompimento.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, as estruturas em risco são monitoradas 24 horas por dia.
Cerca de 250 pessoas já estão foram de suas casas desde o dia 16 de fevereiro. A Barragem B3/B4 tem aproximadamente 3 milhões de m³ de rejeito. A estrutura é a montante, mesmo modelo das de Brumadinho e de Mariana.
A Vale afirmou que as sirenes serão tocadas de forma preventiva, pois auditores independentes disseram que não atestariam a segurança da estrutura. A empresa disse também que continua adotando medidas preventivas para aumentar a segurança da barragem.
Ouro Preto
As barragens Forquilha I e III, da Vale, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, também passaram para o nível três de risco de rompimento na noite desta quarta-feira (27). De acordo com a mineradora, as sirenes também foram acionadas de forma preventiva.
A Vale informou que as sirenes fazem parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e que não houve rompimento. Os moradores da região, que poderia ser atingida em um eventual rompimento destas duas barragens, saíram de casa no dia 20 de fevereiro deste ano. De acordo com a Vale, não serão necessárias novas evacuações.
As estruturas ficam na mina Fábrica e são todas construídas pelo sistema a montante, o mesmo da que se rompeu em Brumadinho no dia 25 de janeiro. De acordo com a Vale, as barragens Forquilha I e III já estavam inoperantes e fazem parte do plano de descomissionamento da mineradora.
Segundo a Defesa Civil, os moradores de Itabirito, vizinha a Ouro Preto, que estão em uma zona secundária, devem ser treinados para uma situação de rompimento. Os rejeitos chegariam na cidade em cerca de uma hora e meia.
Itabira
Moradores de Itabira, na Região Central de Minas Gerais, viveram clima de tensão na noite desta sexta-feira (29). Sirenes soaram na cidade que é o berço da Vale.
Mas de acordo com a mineradora, foi um erro técnico. “O acionamento em Itabira foi um desacerto técnico. Portanto, não há situação de emergência nessa localidade e nem necessidade de que as comunidades da região sejam evacuadas”, disse a nota da Vale.
Ainda segundo a empresa, “a Vale reitera que não houve alteração no nível de segurança das barragens de Itabira e que os moradores da cidade podem manter a tranquilidade”.
(Fonte: G1)