Segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) – Brasil 2017, no conjunto de 27 cidades (as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal), a frequência de adultos fumantes foi de 10,1%, sendo maior no sexo masculino (13,2%) que no feminino (7,5%). Ainda no âmbito dessa população, a frequência de fumantes passivos no domicílio foi de 7,9%, sendo semelhante nos dois sexos, com nível máximo entre os mais jovens (18 a 34 anos). Os dados estarão presentes na apresentação Achados sobre uso de tabaco com base em inquéritos populacionais nacionais, a serem apresentados pelo pesquisador Francisco Inácio Bastos , em 30 de maio, às 10h, no auditório do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). O evento marca o Dia Mundial Sem Tabaco, criado pela OMS em 1987 e celebrado mundialmente no dia 31 de maio.
O pesquisador apresentará resultados dos últimos inquéritos populacionais brasileiros que abordaram o uso do tabaco, entre eles o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e o Vigitel. Sua apresentação destacará os resultados obtidos a respeito da prevalências de uso e dependência em diferentes faixas etárias, relacionando tais achados a políticas de prevenção e controle, além dos efeitos prejudiciais à saúde.
A atividade receberá, ainda, Andrea Reis Cardoso, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacionaal do Câncer (Inca), para falar sobre a Rede do Programa Nacional de Controle do Tabagismo e sua atuação no Dia Mundial Sem Tabaco, e a pesquisadora Silvana Rubano Turci, que discorrerá a respeito dos três anos de atividades do Observatório sobre as Estratégias da Indústria do Tabaco, plataforma hospedada na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) que atende o preconizado pelas diretrizes do Artigo 5.3, da Convenção-Quadro, que enfatiza a adoção de medidas a fim de proteger as políticas públicas de saúde direcionadas ao controle do tabaco dos interesses comerciais da indústria.
“O Observatório possui cerca de mil documentos sobre as estratégias e manobras da indústria para ‘capturar’ processos políticos e legislativos, enaltecer sua importância econômica, manipular a opinião pública com a intenção de ganhar uma aparência de respeitabilidade, ‘fabricar’ apoio por meio de grupos de fachada, dentre outras ações”, destacou a pesquisadora.
Dia Mundial Sem Tabaco
De acordo com o Inca, os principais objetivos da campanha do Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio), cujo tema de 2019 é Tabaco e Saúde Pulmonar, consistem na conscientização acerca do impacto negativo que o uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo exercem sobre saúde pulmonar, do câncer à doença respiratória crônica, além da importância dos pulmões na saúde geral das pessoas.
No Brasil, 428 pessoas morrem por dia em razão da dependência de nicotina. Estima-se que R$ 56,9 bilhões são perdidos a cada ano devido a despesas médicas e redução de produtividade, e 156.216 mortes anuais – principalmente, o câncer – poderiam ser evitadas.
A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. No Brasil, o Inca é o responsável por sua divulgação e comemoração de acordo com o tema estabelecido a cada ano pela OMS.
(Fonte: Fiocruz)