Ao longo de 2017 foram registrados no Brasil 549,4 mil acidentes de trabalho, mantendo uma redução que iniciou em 2015 e se confirmou nos anos seguintes. Foram 162,8 mil ocorrências a menos nos últimos três anos, uma redução de 22,86% em todo o país. O Paraná também teve menos acidentes pelo terceiro ano consecutivo, passando de 52.574 em 2014 para 41.807 em 2017, o que corresponde a uma diminuição de 21%. Em números absolutos o Estado se manteve na 4ª posição entre todas as unidades da federação, concentrando 7% do total, ficando atrás de São Paulo (187.700), Minas Gerais (56.125) e Rio Grande do Sul (46.736).
No âmbito nacional, mais uma vez os trabalhadores das atividades de prestação de serviços foram os mais afetados, com 82.135 ocorrências. Ainda assim, a quantidade teve leve queda em relação ao ano anterior, quando foram registrados 83.990 acidentes. Na sequencia estão as funções transversais, com 10,47% (57.524) do total, e os escriturários, com 7,29% (40.080). Técnicos de nível médio das ciências biológicas, bioquímicas e da saúde, assim como trabalhadores da indústria extrativa e da construção civil também estão entre os que mais sofrem com acidentes decorrentes da atividade profissional. Os principais problemas físicos relatados dizem respeito a punho e mão, com ferimentos, fraturas e traumas, totalizando 20% do total.
Esses e outros dados do Anuário Estatístico da Previdência Social mostram que há uma tendência nacional de queda na quantidade de acidentes e doenças provocados pelo trabalho. “Acreditamos que houve, sim, uma melhora na conscientização dos trabalhadores da importância de se prevenir. Claro que acidentes podem ocorrer, mas, se controlarmos e minimizarmos os riscos, tanto os acidentes quanto as doenças do trabalho serão reduzidos significativamente e as consequências para o trabalhador, sua família e até mesmo para as empresas serão menores. Os empregadores também têm um papel essencial, fornecendo equipamentos de segurança e orientação sobre sua utilização, assim como fiscalizando e cobrando os funcionários a obrigatoriedade do seu uso”, explica o presidente da APAMT, Dr. José Ricardo Facin Ferreira.
Nesse contexto, é importante destacar também que ainda existe subnotificação dos acidentes de trabalho, sendo que no Paraná as ocorrências sem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) correspondem a 15,45% do total (no Brasil são 18%). “O fato de não registrar oficialmente um acidente é ruim para o trabalhador e também para a empresa, pois sem a devida notificação, a investigação sobre a ocorrência é prejudicada, reduzindo desta maneira o trabalho de prevenção a ser realizado pelos profissionais envolvidos com a saúde e segurança no trabalho”, pondera o Dr. Facin. Pode-se afirmar que uma razão pela qual o trabalhador opta por não comunicar um acidente, é o medo de represália ou mesmo de demissão. “Considerando as altas taxas de desocupação, que, de acordo com o IBGE, tiveram uma média de 9% em 2017 (ano dos dados apurados pelo Anuário), esse pode ser um fator que contribui para a subnotificação”, conclui o presidente da APAMT.
Os acidentes e doenças relacionados ao trabalho podem atingir qualquer um, independentemente da atividade desenvolvida, apesar de algumas apresentarem mais risco que outras. Eles impactam a vida do trabalhador, de seus familiares e demais colegas, tanto gerando sobrecarga aos que ficam, e até mesmo influenciando sua saúde mental, outro fator importante de afastamento do trabalho.
O Médico do Trabalho, juntamente com os demais profissionais responsáveis pela segurança do trabalhador, tem papel fundamental na avaliação dos riscos, conscientização e orientação para a forma mais segura de o profissional exercer sua atividade, precavendo-se contra os acidentes e doenças relacionadas à ocupação.
No dia 27 de julho comemora-se o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, dia para conscientização sobre as ações a serem tomadas para a proteção da saúde e a segurança no trabalho. A Associação Paranaense de Medicina do Trabalho recomenda: trabalhador, procure o Médico do Trabalho na sua empresa, ele cuida da sua saúde.
(Fonte: APAMT, com dados extraídos do Anuário Estatístico da Previdência Social 2017 e do site do IBGE)