Participação social, trabalho infantil e reabilitação funcional. Esses são alguns dos relatos de experiência publicados pela Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO) em seu dossiê sobre “Intervenção em Saúde do Trabalhador”.
Saúde do Trabalhador
O controle social na saúde, um dos princípios organizativos do Sistema Único de Saúde (SUS), garante a participação da população no processo de formulação e controle das políticas nesta área no Brasil.
A utilização deste recurso, como estratégia na promoção da saúde dos trabalhadores, pode ser observada no relato de experiência “Ação interinstitucional e participação social na atuação da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora: relato de caso”.
O texto aponta que a Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT) de Joaçaba, em Santa Catarina, observou a necessidade de atuar de modo interdisciplinar e interinstitucional na região.
A associação entre os princípios para a saúde do trabalhador e as políticas setoriais, como Previdência, Trabalho, Meio ambiente e Educação, permitiu importantes avanços para a Política Nacional de Saúde do Trabalhador no município.
Trabalho infantojuvenil
Considerada uma forma de violência contra as crianças e os adolescentes, a exploração do trabalho infantojuvenil é um desafio mundial. Sua erradicação têm o objetivo de proteger a infância de forma ampla, garantindo o direito à saúde, ao desenvolvimento e à escolarização.
“Reflexões sobre a relação trabalho-saúde de crianças e adolescentes: um espaço de intervenção na formação em Saúde do Trabalhador” é um relato que evidencia a dificuldade da identificação dos casos de trabalho infantojuvenil, na cidade do Rio de Janeiro, assim como as dúvidas em relação aos procedimentos a serem adotados quando constatada a situação.
O estudo promoveu uma análise sobre os limites e as possibilidades do campo da Saúde do Trabalhador (ST) no combate ao trabalho infantil ilegal. E, verificou a necessidade da ampliação da atuação da ST junto às equipes de Atenção Básica em Saúde e de Saúde da Família.
Reabilitação funcional
Processos de adoecimento que geram mudanças na condição de saúde e funcionalidade dos trabalhadores podem se tornar uma demanda para ações de reabilitação funcional (RF).
A “Implantação de ações de reabilitação funcional em uma instituição federal de ensino superior” mostra a inserção da RF em uma universidade da região Sudeste do país, por meio de um projeto que incentivou o desenvolvimento de ações em prol da saúde do trabalhador nos processos de análise, reflexão e transformação dos contextos de trabalho.
Ao analisar casos de trabalhadores reinseridos aos seus postos de trabalho, o estudo constatou a dificuldade em reconhecer e compreender os impactos que as condições e a organização do trabalho possuem nos processos de adoecimento e afastamento. Esse problema acaba comprometendo a eficiência de estratégias de prevenção, promoção e recuperação da saúde.
Estes e outros textos podem ser conferidos na página da RBSO no site SciElO.
(Fonte: Fundacentro)