Neste primeiro trimestre de 2021, o “Dossiê Covid-19 e Saúde do Trabalhador”, da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), traz artigos que abordam a saúde e segurança dos trabalhadores da saúde e das trabalhadoras domésticas.
Trabalhadores da saúde
A pandemia de Covid-19 mudou a realidade de diversas categorias profissionais, e a imprensa tem noticiado o dia a dia das áreas que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus.
Com base em reportagens publicadas na internet pela grande mídia, o artigo Trabalhadores(as) da saúde e a COVID-19: condições de trabalho à deriva? analisa as circunstâncias de trabalho dos profissionais da saúde que atuaram no início da pandemia, no Brasil.
O estudo constatou que, em alguns casos, os equipamentos de proteção individual (EPIs) oferecidos aos profissionais eram inadequados à atividade e que seu fornecimento não atendia a demanda. Também se observou que muitos profissionais do setor adoeceram ou perderam a vida em meio a circunstâncias relacionadas à precarização do trabalho.
Para as autoras, a Covid-19 trouxe maior visibilidade sobre a importância dos trabalhadores da saúde e a necessidade de investimento na saúde pública.
Trabalhadoras domésticas
Em meio a pandemia do novo coronavírus, as questões sociais e sanitárias muitas vezes se entrelaçam, tornando-se mais um desafio para o mundo do trabalho. “Vulnerabilidade e atividades essenciais no contexto da COVID-19: reflexões sobre a categoria de trabalhadoras domésticas” é um artigo que faz um balanço sobre o cenário no qual essas profissionais estão inseridas, em meio a pandemia.
Ao analisar decretos federais e relatórios técnicos de instituições de pesquisa, o estudo detectou que o adoecimento e as mortes causadas pelo novo coronavírus não se distribuem de maneira uniforme pela população, devido às desigualdades socioeconômicas, raciais e de gênero no país.
O artigo ainda aponta que as trabalhadoras domésticas têm enfrentado problemas em relação ao vínculo empregatício. Em muitos casos, se as profissionais não são dispensadas, acabam se expondo ao risco de contrair a doença, seja no trajeto de casa até o trabalho ou no próprio ambiente onde desempenham suas atividades.
No ponto de vista da autora, é fundamental que haja o provimento de recursos para que as trabalhadoras domésticas possam manter o distanciamento social. Sem tais provisões, essas profissionais acabam por fazer parte do grupo de pessoas vulneráveis em relação às perspectivas econômicas/sanitárias.
Leia os trabalhos aqui mencionados na íntegra, acessando a página da RBSO na SciELO.
(Fonte: Fundacentro)