Brumadinho: entre a prudência e a probabilidade, a tragédia

RESUMO

Será possível, em algum momento no futuro, explicar com exatidão o que aconteceu no caso do rompimento da barragem de Brumadinho? Apesar de, muitas vezes, se utilizar a palavra exatidão no mundo da engenharia, sabe-se que, em muitos casos, trata-se de um eufemismo. A arte da engenharia consiste em projetar, construir, implementar e gerenciar diferentes tipos de sistemas que podem trazer consequências tanto positivas como negativas para os trabalhadores, para a sociedade, para o meio ambiente. Aconteceu um evento ou uma sequência de eventos que levou ao rompimento. A engenharia de barragens de rejeitos conhece e é capaz de controlar todos os eventos passiveis de acontecer e que, articulados, podem levar ao rompimento? Há dois caminhos: primeiro, o conhecimento total; a engenharia conheceria tudo e seria capaz de projetar de modo a evitar, com certeza, todos os eventos nocivos. Segundo: a engenharia não conhece a totalidade dos fenômenos, mas sabe que, fazendo como sempre se fez (com o conhecimento empírico) e com margens de segurança grandes, a probabilidade de rompimento se aproxima de zero. Ninguém projeta uma barragem para que ela se rompa. Mas se projeta uma barragem sem dominar na totalidade os eventos que podem ocorrer. Quando se conhece a totalidade da situação, o que deve ser feito para evitar o rompimento é 100% conhecido — e precificado. Entretanto, isso nunca acontece, a probabilidade de ocorrência de eventos nunca é completamente conhecida, eles não são determinísticos e a incerteza é um fato.

Palavras-chave: acidentes de trabalho; probabilidade; estresse psicológico; ergonomia; engenharia.

Leia o artigo na íntegra no site da Revista Brasileira de Medicina do Trabalho (RBMT).

Por |2019-07-08T11:08:10-03:008 de julho de 2019|Artigos|Comentários desativados em Brumadinho: entre a prudência e a probabilidade, a tragédia