Publicado pela Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), artigo avalia que a taxa de mortalidade por acidentes de trabalho (AT) no Brasil, embora estável, é elevada, se comparada à dos países de alta renda. A situação é pior para os seguintes grupos populacionais: homens, pretos, pardos, índios e pessoas com baixa escolaridade. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país também apresentam taxas mais elevadas.
A análise considerou a tendência temporal da mortalidade por acidentes de trabalho no Brasil de 2006 a 2015 e buscou investigar desigualdades segundo sexo, raça/cor da pele, faixa etária, escolaridade e macrorregiões. Para tanto, utilizou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, as taxas anuais médias de mortalidade por acidente de trabalho mantiveram-se relativamente estáveis no período, com variação anual de até 5%. No entanto, alguns grupos e regiões apresentaram tendência de aumento.
“Mulheres acima de 60 anos da região Centro-Oeste e os trabalhadores pardos de todas as regiões apresentaram aumento significativo na mortalidade. Em 2015, a mortalidade por AT na região Nordeste foi 88% maior entre os pardos (2,45/100 mil) do que entre os brancos, e no Brasil, a mortalidade de trabalhadores com menos de oito anos de estudo foi 15 vezes superior à daqueles com 12 anos de estudo ou mais”, apontam os autores.
Leia o artigo Mortalidade por acidentes de trabalho no Brasil: análise de tendência temporal, 2006-2015.
Fonte: Fundacentro